Estou viciada. Sinto-me torpe, como se tivessem injectado mil drogas em mim. Sinto-me girar sobre mim. Sinto-me a levitar. Sinto-me como uma nuvem que é arrastada pelo vento, com uma leveza indisfarçável. Leve, breve, suave..um canto de ave... Leve, breve, suave...
Não sou um pescador, mas tenho a intenção de viajar no mar...Leva-me contigo Aónio, aonde nenhum homem jamais foi. Leve, breve, suave...
O mundo parou.
quarta-feira, agosto 26, 2009
A ordem em que se escreve
Escrever só por escrever...
Escrever só porque posso,
Escrever porque sim,
Escrever porque sinto o bater das teclas,
Escrever porque me mantém viva
Escrever...escrever...escrever. Não escrever.
Escrever só porque posso,
Escrever porque sim,
Escrever porque sinto o bater das teclas,
Escrever porque me mantém viva
Escrever...escrever...escrever. Não escrever.
O medo
Os medos...engraçado como uma gralha pode mudar o rumo de uma escrita. Onde se lê medos, leia-se dedos...Os dedos que escrevem os medos. Os medos que passam entre os dedos.
São enormes e estão comigo.
Sinto que estarão sempre comigo.
O meu maior medo é não conseguir escrevê-los.
Medo na ponta do dedo. Poderia ser o nome da minha autobiografia. Rir-se-iam as pessoas se lhes dissesse que não sei escrever.
Disso sim tenho medo.
São enormes e estão comigo.
Sinto que estarão sempre comigo.
O meu maior medo é não conseguir escrevê-los.
Medo na ponta do dedo. Poderia ser o nome da minha autobiografia. Rir-se-iam as pessoas se lhes dissesse que não sei escrever.
Disso sim tenho medo.
Sair de mim.
Apetece-me sair. Apetece-me pensar que saio. Apetece-me dizer que vou sair. Apetece-me escrever que estou a sair. Na realidade, estou a sair. Adeus. Voltarei dentro de segundos.
Casa
A conclusão a que chego depois de tanto tempo ausente é que não há nada como o retorno a casa. Dirijo-me a ela e espero que me receba. Espero que não seja mais uma ilusão e que a casa que avisto seja tão real como o vento que, neste momento, sopra ao meu ouvido. Conseguirei tocá-la? Vou esperar. Quem espera sempre alcança, dizem os poetas populares. Esperar. Estou em casa.
Trovoadas de Primavera
Haveriam coisas que gostaria de dizer a muita gente, coisas que me apetecia gritar. Coisas que ofenderiam ou coisas que que me libertariam, mas não sou esse tipo de pessoa. Nunca fui. Guardo tanta coisa. Guardo-as. São minhas. Gostava que não fossem. No entanto, quando o tempo passa vais enterrando algumas e outras arrumas em gavetinhas, à espera de serem abertas. Muitas das vezes, não sabes onde as colocaste, outras estão mesmo ali à mão. Não sou rancorosa, nunca fui, mas há coisas que ficam. Há coisas que permanecem e por mais que queiras que elas desapareçam, continuam bem arreigadas naquele cantinho. O que fazer? Talvez deixar dissipar a confusão e num dia de tempestade libertá-las a todas como um trovão. Ribombarão no ar e flutuarão para além de mim. Serei livre.
O tempo
Passo o tempo a pensar que terei tempo para fazer o que quero, no entanto, enquanto penso no tempo, o tempo voa e passa. Sinto que o tempo escorre como água e não tenho sequer tempo para pensar que irá correr. Temo que haja um dia em que não consiga mais ver o tempo e este desapareça. Quando isso acontecer, amaldiçoarei todos os dias, horas, minutos e segundos passados neste retumbante rodopio de tempo que é a minha vida.
Fiquem com o tempo...o tempod0ntem.
Fiquem com o tempo...o tempod0ntem.
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